sexta-feira, 29 de abril de 2011

Dias de Capanema, Branco Favela o Rimador de Atrocidades


Satisfação estar na Vila Capanema, junto com Branco Favela. Ele rima atrocidades, mas não mente nem exagera, pois vimos de tudo um pouco estando ali.

sábado, 27 de novembro de 2010

O Planeta Ibiza: Filmagens do Gastronomia Urbana




Pra onde vai o jovem encontrar sua tribo, seus pares, seu bem estar. Pra onde vai o ruído eletrônico? Vai para o corpo ou para a alma? É o desejo comum de todos, o escape, o lazer, a festa, e é no Planeta Ibiza que muitos jovens da periferia se deslocam nos finais de semana. Não é a praia da alta sociedade do Riviera da Espanha, e sim um antigo depósito transformado em pista de dança, no bairro Boqueirão. É ali que os DJs Roberto e Marcelo Nunes agitam, promovem, sacodem, e comandam a noite. É ali que as tribos se confrontam e gritam suas canções de guerra ao ritmo do dance music. Boqueirão, Osternack, Xaxim, Uberaba. São rivais do berro, do urro, mas são amigos do passo, do dance music.
Carlos, o metalúrgico que sonha em ser DJ deu aqui seu primeiro grande passo. Se apresentou e comandou o início da pista, e teve alguns momentos de êxito. Comendo para baixar sua ansiedade, revela a emoção de ter tocado ao vivo.
Na manhã seguinte, chegam Sarita e Joelma, mãe e filha, recolhendo os restos da balada, do chão que o capeta melou, de pegada coreografada. 

u te te gastronauê...

Ricardo E. Machado

sábado, 13 de novembro de 2010

13 Nov - Bull-Dog


Retornando ao encontro de Bull-Dog, começo a descobrir a vida por trás daquele saco de ossos. Rodrigo era um cara com uma vida bacana, tinha um passat turbinado e fazia serviço de segurança. Era conhecido no bairro e tinha um monte de amigos. Se envolveu numa treta, passou um tempo na cadeia, e perdeu a moral com a família. Se abraçou na cachaça e mandou todo mundo a merda. Agora prefere viver pelas quebradas do que dar satisfação pra alguém. Não se mete em confusão e não usa drogas, porque tem medo de levar bordoada dos homem. Seu maior dilema são as más companhias da rua, porque Bull-Dog tem um bom coração, não é revoltado, e é muito mais esperto do que a cambada de morcego que fica tirando sarro. 

Ricardo E. Machado

sábado, 6 de novembro de 2010

06 Nov - Branco Favela - O Rapper


Alguém precisa falar a verdade. Mesmo que doa, separe, explore. Alguém precisa apontar o dedo pra realidade.  O rap é que nem o palavrão, é a verbalização do sentimento. É uma lingua comum, sem segregação, é ritmo e poesia, o ritmo da realidade. E aqui não tem pouca favela sem voz, aqui não existe ídolo da periferia e nem microfone apontado pro gueto. O nosso gueto é quieto, é submerso, é disfarçado. Não é tão pobre mas é vizinho do miserável, não é tão feio mas é o suficiente pra se deixar escondido. 300 favelas, ou menos ou mais, ou não. Mas sempre começa com uma, e a nossa pioneira é o Capanema. É ali que eu nasci, disfarçado de rebouças, e é ali que o Branco Favela mora. Um polaco pobre, com o dom do ritmo e da rima, um destaque na musicalidade do rap local. Branco é uma incógnita, mas é através de suas rimas que nós, moradores do asfalto, conseguimos ter a sensação mais próxima da realidade que é a vida no gueto. Que ali é 5 minutos do centro, e que as balas e as pedras voam, e os vários tipos de bichos pegam. 

Ricardo E. Machado

terça-feira, 2 de novembro de 2010

02 Nov - O Caminhoneiro


São muitos os pilotos de carretas que levam pra cima e pra baixo o trigo de que é feito o nosso pão. Mais do que cavalos com um destino, caminhoneiros de hoje precisam acompanhar ciclos comerciais, variações de câmbio, questões de clima, genética, e o PH da carga.
Sr Dalton é um caminhoneiro típico, mas um ser à parte. Sua cabine é sua casa, e não dorme fora dali nem de graça. Seu velho mercedes está com ele há mais de 30 anos, e é personalizado de forma que se tornou uma lenda nas estradas. De um lado tem calotas brancas, e do outro vermelhas, para confundir as autoridades. A garrafinha de água pendurada no para-choque, é um alerta para a Policia Rodoviária, de que lá vem o velho chato. Seu catatau de documentos e licenças, de diversos países, é para vencer o guarda pelo cansaço. Toda  estratégia é válida para se sobreviver sozinho, nas estradas do sul do Brasil. 

Ricardo E. Machado

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

28 Out - Ceasa










O Ceasa de Curitiba é um mundo à parte. Compras e vendas em proporções monstro. Monstruosas também são as grandes quantidades de frutas, legumes e verduras jogadas fora, por questões práticas ou econômicas dos fornecedores. Pessoas encarregadas da limpeza garimpam neste amontoado hortfruti alguns itens para suas refeições. Outras coletam plástico e papéis para vender e tirar uns parcos trocados. Ambos vivem do lixo. Vendedores vivem da venda de seus produtos, como Hugo, o Rei do Milho. Estes são alguns personagens deste fragmento de "Gastronomia Urbana". Confira o álbum completo em nosso perfil de Facebook.